segunda-feira, 30 de julho de 2018

Sempre vai haver decepções
em meio a insignificância
que somos no universo.
Ainda assim nos preocupamos
e cobramos a todos os lados.
Para os outros o que não queremos.
E queimamos, apertamos, matamos
procuramos corpos mais quentes
dores mais fortes, ilusões mais loucas.
Encontramos delírios e nos deleitamos,
deitamos com a loucura e despedaçamos.
Pra acordar cedo e fingir amor.
Depois não sobra nada nem ninguém.
Ainda assim em algum abrigo quente
esboça um sorriso torto no copo de cerveja.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

A morte do tempo!

Vejo a barreira, uma parede tão alta quanto qualquer outra. Infernalmente em todos os caminhos, o mundo segue parado. O tempo morreu e nem avisou, vivemos esse momento repetidamente, este mesmo texto, o quadro incompleto, este encontro, eu e vocês. Amigos, desconhecidos, irmãos, cúmplices únicos da derrocada. Da morte daquele que sempre detestamos. Agora não mais velhos, nem mais novos. Empatados em uma existência qualquer. Poderia ser plena mas é presa.  Quantas outras vezes já estivemos aqui? Será este meu ensaio definitivo? Frustrante e inacabado, a morte que vem em vida pra te dizer que nunca a encontrará. Ainda sim a mão se move, as nuvens não. Será pra sempre este dia gelado, de sol e nuvens estáticas. Nosso encontro se repete, sem nenhuma ruga nova, minha mão não para, as palavras não se importam com o tempo. Criações nossas que são tão diferentes de nós. Continuo estático, vocês também.