domingo, 3 de fevereiro de 2019

Eu vejo gente justificando tudo no divino. Minha raiva aumenta a cada dia, a culpa é sua, minha, nossa. Falhamos como sociedade, falhamos como relação, falhamos como nós mesmos. Ninguém vai perdoar nada nesta terra. Esta todo mundo cego, esta todo mundo preso em suas próprias mesquinharias. Salvar o mundo, salvar a si, salvar o planeta, salvar a porra do universo. Salvem-me de mim mesmo. Consumo tudo o que não gosto, música, arte, trabalho e você. Sou um parafuso solto pedindo pra cair, que esta engrenagem se despedace. Sou deserto,  uma ilha incerta em meio a um temporal de informações.  Não quero fazer parte de nada disso. Faço parte de tudo. Infernizo todos em meu canto fosco, enraízo meus pés em uma dança tosca, sou a parte ruim que restou de alguém.
As vezes sonho com um passado sonhador que claramente não passa de uma ilusão, justifico-me por não saber de nada. Por não ser nada. Melhor assim, nunca vou ser grande. Neste mundo pequeno não vejo espaço pra mim. Vou cair fora antes do carnaval, dar um cheque-mate e deixar tudo pra sempre! O sol bate em minha cama, outra noite sem dormir, sem foder, sem escrever nada que preste. Já perdi a vez.