O olhar atento o despertou, ela o encarava do outro lado do terminal,
veio com passos lentos em sua direção, o coração acelerou, a boca secou,
o suor espalhou. Ela lhe deu um oi, malicioso mas meio tímido,
estranho. Sua mente apagou, engasgou, as palavras fugiram. O oi saiu com
esforço, ela o pegou pela mão e levou pra longe da movimentação urbana.
Era um pequeno papel, e logo eles não faziam mais parte desse mundo,
coadjuvantes em uma viajem pela natureza mais pura. Rodavam alucinados,
entre sorrisos, cigarros e imagens diferentes. Ela o puxou rapidamente
para o mundo e fez com que deitasse em um gramado, a respiração dele se
misturava com a da terra, ela deitou ao seu lado e tudo era uma
sintonia perfeita. Algumas horas após, ela acende um cigarro, lhe da um
beijo e diz que é hora de partir. Sumiu entre as arvores, ele nunca mais
pode vê-la. De fato nem sabe se aquele dia existiu.
Texto de 2012
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