quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O olhar atento o despertou, ela o encarava do outro lado do terminal, veio com passos lentos em sua direção, o coração acelerou, a boca secou, o suor espalhou. Ela lhe deu um oi, malicioso mas meio tímido, estranho. Sua mente apagou, engasgou, as palavras fugiram. O oi saiu com esforço, ela o pegou pela mão e levou pra longe da movimentação urbana. Era um pequeno papel, e logo eles não faziam mais parte desse mundo, coadjuvantes em uma viajem pela natureza mais pura. Rodavam alucinados, entre sorrisos, cigarros e imagens diferentes. Ela o puxou rapidamente para o mundo e fez com que deitasse em um gramado, a respiração dele se misturava com a da terra, ela deitou ao seu lado e tudo era uma sintonia perfeita. Algumas horas após, ela acende um cigarro, lhe da um beijo e diz que é hora de partir. Sumiu entre as arvores, ele nunca mais pode vê-la. De fato nem sabe se aquele dia existiu.

Texto de 2012

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